Familia, meu maior presente

sábado, 12 de dezembro de 2009

ETERNIDADE

O que eu tenho não me pertence embora faça parte de mim.
Tudo o que sou me foi um dia emprestado pelo criador, para que eu possa dividir com aqueles que entram na minha vida.
Ninguém cruza nosso caminho por acaso e nós não entramos na vida de alguém sem nenhuma razão.
Há muito o que dar e o que receber.
Há muito o que aprender, com experiências boas ou negativas.
É isso... Tente ver as coisas negativas que acontecem com você, como algo que acontece por uma razão precisa... e não se lamente pelo ocorrido.
Além de não servir de nada reclamar, isso vai lhe vendar os olhos para continuar seu caminho. Dê de você mesmo o quanto puder!...
Quando você se for, a única coisa que vai deixar é a lembrança do que fez aqui.
Seja bom, tente dar sempre o primeiro passo, nunca negue uma ajuda ao seu alcance.
Perdoe e dê de você mesmo.
Seja uma benção! ...
Deus não vem em pessoa para abençoar. Ele usa os que estão aqui, dispostos a cumprir essa missão.
Todos nós podemos ser anjos
A eternidade está nas mãos de todos nós.
Viva de maneira que, quando você se for, muito de você ainda fique naqueles que tiveram a boa ventura de encontrá-lo!!!

Autor: Chico Xavier

MENSAGEM ESCRITA POR RUBEM ALVES

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Já não tenho tempo para conversas intermináveis para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturas. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral ou semelhante bobagem, seja ela qual for. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de deus. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena.
Basta o essencial!

AMIGOS


Escolho os meus amigos não pela pele nem outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito ou os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero o meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só ombro ou colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e a outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de Oscar Wilde. Que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Texto: Oscar Wilde

JULGAMENTOS PRECIPITADOS

Havia numa aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo branco. Numa manhã ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira. Os amigos disseram ao velho: Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado! E o velho respondeu: Calma, não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira. O resto é julgamento de vocês. As pessoas riram do velho. Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou. Ele tinha fugido para a floresta. Na volta, trouxe uma dúzia de cavalos selvagens com ele. As pessoas se reuniram de novo e disseram: Velho, você tinha razão. Não era mesmo uma desgraça, e sim uma benção. E o velho disse: Vocês estão se precipitando de novo. Quem pode dizer se é uma benção ou não? Apenas digam que o cavalo está de volta... O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, se puseram a julgar: E não é que você tinha razão, velho? Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas. E o velho disse: Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein? Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma bênção... Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do velho. E os que foram para a guerra, morreram... Quem é obcecado por julgar cai sempre na armadilha de basear seu julgamento em pequenos fragmentos de informação. E isso leva a conclusões precipitadas. Nunca encerre uma questão de forma definitiva, pois quando um caminho termina, outro começa. Quando uma porta se fecha, outra se abre... As vezes enxergamos apenas a desgraça, e não vemos a benção que ela nos traz...