Familia, meu maior presente

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

AS SEM-RAZÕES DO AMOR

Eu te amo porque te amo,

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga.



Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.



Eu te amo porque não amo

bastante ou demais a mim.

Porque amor não se troca,

não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.



Amor é primo da morte,

e da morte vencedor,

por mais que o matem (e matam)

a cada instante de amor.



Carlos Drummond de Andrade

AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,

que rio e danço e invento exclamações alegres,

porque a ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim.



Carlos Drummond de Andrade

NÂO SE MATE

Carlos, sossegue, o amor

é isso que você está vendo:

hoje beija, amanhã não beija,

depois de amanhã é domingo

e segunda-feira ninguém sabe

o que será.



Inútil você resistir

ou mesmo suicidar-se.

Não se mate, oh não se mate,

reserve-se todo para

as bodas que ninguém sabe

quando virão,

se é que virão.



O amor, Carlos, você telúrico,

a noite passou em você,

e os recalques se sublimando,

lá dentro um barulho inefável,

rezas,

vitrolas,

santos que se persignam,

anúncios do melhor sabão,

barulho que ninguém sabe

de quê,

pra quê.



Entretanto você caminha

melancólico e vertical.

Você é a palmeira, você é o grito

que ninguém ouviu no teatro

e as luzes todas se apagam.

O amor no escuro, não, no claro,

é sempre triste, meu filho, Carlos,

mas não diga nada a ninguém, ninguém sabe nem saberá.



Carlos Drummond de Andrade
“Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio; tão vário na capacidade; em forma e movimento, tão preciso e admirável, na ação é como um anjo; no entendimento é como um Deus; a beleza do mundo, o exemplo dos animais.” Hamlet, William Shakespeare.


*

Pensamentos

"Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você. Somos todos aprendizes, fazedores, professores. Você ensina melhor o que mais precisa aprender."




(RICHARD BACH, In: Ilusões: As Aventuras de Um Messias Indeciso")



"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina".
Cora Coralina - Pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas - 1889-1985 - Goiânia-GO

Assim eu vejo a vida

A vida tem duas faces:

Positiva e negativa

O passado foi duro

mas deixou o seu legado

Saber viver é a grande sabedoria

Que eu possa dignificar

Minha condição de mulher,

Aceitar suas limitações

E me fazer pedra de segurança

dos valores que vão desmoronando.

Nasci em tempos rudes

Aceitei contradições

lutas e pedras

como lições de vida

e delas me sirvo

Aprendi a viver.



Cora Coralina

O último Discurso - Do filme O Grande Ditador

"Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis". A desgraça que tem caído sobre nós não é mais que o produto da cobiça em agonia, da amargura dos homens que temem o avanço humano..."


Desculpe!

Não é esse o meu ofício.

Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja.

Gostaria de ajudar - se possível -

judeus, o gentio ... negros ... brancos.





Todos nós desejamos ajudar uns aos outros.

Os seres humanos são assim.

Desejamos viver para a felicidade do próximo -

não para o seu infortúnio.

Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros?

Neste mundo há espaço para todos.

A terra, que é boa e rica,

pode prover todas as nossas necessidades.





O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenenou a alma do homem ...

levantou no mundo as muralhas do ódio ...

e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela.

A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.

Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que máquinas, precisamos de humanidade.

Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.

Sem essas duas virtudes,

a vida será de violência e tudo será perdido.





A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A próxima natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem ... um apelo à fraternidade universal ... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora ... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas ... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes.

Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia ... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano.

Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo.

E assim, enquanto morrem os homens,

a liberdade nunca perecerá.





Soldados! Não vos entregueis a esses brutais ... que vos desprezam ... que vos escravizam ... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar ... os que não se fazem amar e os inumanos.





Soldados! Não batalheis pela escravidão! lutai pela liberdade!

No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós!

Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas.

O poder de criar felicidade!

Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela ...

de fazê-la uma aventura maravilhosa.

Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo ...

um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho,

que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.





É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós.

Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.





Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergues os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança.

Ergue os olhos, Hannah!
Ergue os olhos!



Do filme O Grande Ditador  - Texto e filme de Charlie Chaplin

Saber Viver

Escrito por Charles Chaplin, o texto abaixo chama a atenção para algo que muita gente não sabe aproveitar, a vida. Leiam e reflitam…



Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.

E então, pude relaxar.

Hoje sei que isso tem nome… Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.

Hoje sei que isso é…Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.

Hoje chamo isso de… Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.

Hoje sei que o nome disso é… Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.

Hoje sei que se chama… Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.

Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.

Hoje sei que isso é… Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.

Hoje descobri a… Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.

Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é… Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é… Saber viver!!!



Charles Chaplin

Lição de Vida

Tenha sempre presente que a pele se enruga,

o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos…

Mas o que é importante não muda…

a tua força e convicção não têm idade.

O teu espírito é como qualquer teia de aranha…

Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.

Atrás de cada conquista, vem um novo desafio…

Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.

Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.

Não viva de fotografias amareladas…

Continue, quando todos esperam que desista…

Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.

Faça com que, em vez de pena, tenham respeito por você…

Quando não conseguir correr através dos anos, vá mais devagar…

Se não conseguir ir mais devagar, caminhe.

Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.

Mas nunca, nunca se detenha!



Madre Teresa de Calcutá

Os olhos de quem vê

Um dia, um pai de família rica, grande empresário, levou seu filho para viajar até um lugarejo com o firme propósito de mostrar o quanto as pessoas podem ser pobres.



O objetivo era convencer o filho da necessidade de valorizar os bens materiais que possuía, o status, o prestígio social; o pai queria desde cedo passar esses valores para seu herdeiro.



Eles ficaram um dia e uma noite numa pequena casa de taipa, de um morador da fazenda de seu primo…



Quando retornavam da viagem, o pai perguntou ao filho:



- E aí, filhão, como foi a viagem para você?



- Muito boa, papai.



- Você viu a diferença entre viver com riqueza e viver na pobreza?



- Sim pai! Retrucou o filho, pensativamente.



- E o que você aprendeu, com tudo o que viu naquele lugar tão paupérrimo?



O menino respondeu:



- É pai, eu vi que nós temos só um cachorro em casa, e eles têm quatro.



Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim, eles têm um riacho que não tem fim.



Nós temos uma varanda coberta e iluminada com lâmpadas fluorescentes e eles têm as estrelas e a lua no céu.



Nosso quintal vai até o portão de entrada e eles têm uma floresta inteirinha.



Nós temos alguns canários em uma gaiola eles têm todas as aves que a natureza pode oferecer-lhes, soltas!



O filho suspirou e continuou:



- E além do mais papai, observei que eles oram antes de qualquer refeição, enquanto que nós em casa, sentamos à mesa falando de negócios, dólar, eventos sociais, daí comemos, empurramos o prato e pronto!



No quarto onde fui dormir com o Tonho, passei vergonha, pois não sabia sequer orar, enquanto que ele se ajoelhou e agradeceu a Deus por tudo, inclusive a nossa visita na casa deles. Lá em casa, vamos para o quarto, deitamos, assistimos televisão e dormimos.



Outra coisa, papai, dormi na rede do Tonho, enquanto que ele dormiu no chão, pois não havia uma rede para cada um de nós.



Na nossa casa colocamos a Maristela, nossa empregada, para dormir naquele quarto onde guardamos entulhos, sem nenhum conforto, apesar de termos camas macias e cheirosas sobrando.



Conforme o garoto falava, seu pai ficava estupefado, sem graça e envergonhado.



O filho na sua sábia ingenuidade e no seu brilhante desabafo, levantou-se, abraçou o pai e ainda acrescentou:



- Obrigado papai, por me haver mostrado o quanto nós somos pobres!



MORAL DA HISTÓRIA:



Não é o que você tem, onde está ou o que faz, que irá determinar a sua felicidade; mas o que você pensa sobre isto! Tudo o que você tem, depende da maneira como você olha, da maneira como você valoriza. Se você tem amor e sobrevive nesta vida com dignidade, tem atitudes positivas e partilha com benevolência suas coisas, então… Você tem tudo!




Charlie Chaplin

V I D A

“Já perdoei erros quase imperdoáveis,

tentei substituir pessoas insubstituíveis

e esquecer pessoas inesquecíveis”.

Já fiz coisas por impulso,

Já me decepcionei com pessoas

quando nunca pensei me decepcionar,

mas também decepcionei algumas pessoas.

Já abracei pra proteger,

Já dei risada quando não podia,

Já fiz amigos eternos.
já amei e fui amado,

mas também

já fui rejeitado,
Já fui amado e não soube amar.
Já gritei e pulei

de tanta felicidade,

já vivi de amor

e fiz juras eternas,

mas "quebrei a cara"

muitas vezes.
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
Já liguei só pra escutar uma voz,

Já me apaixonei por um sorriso,

Já pensei que fosse morrer de tanta saudade

e...

...tive medo de perder alguém especial

(e acabei perdendo)! Mas sobrevivi!...

E ainda vivo!...

Não passo pela vida...

e você também não deveria passar. Viva!!!...
Bom mesmo é ir a luta com determinação,

abraçar a vida e viver com paixão,

perder com classe e vencer com ousadia,

porque o mundo pertence a quem se atreve

e

A VIDA É MUITO...

para ser insignificante!!!"...


Chaplin

terça-feira, 16 de novembro de 2010

BONS AMIGOS - Machado de Assis

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.

Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.

Amigo a gente sente!



Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.

Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.

Amigo a gente entende!



Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.

Porque amigo sofre e chora.

Amigo não tem hora pra consolar!



Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.

Porque amigo é a direção.

Amigo é a base quando falta o chão!



Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.

Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.

Ter amigos é a melhor cumplicidade!



Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,

Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Meu Deus, como é engraçado!!!...

Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.

Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o

laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de

braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido,

em qualquer coisa onde o faço.



E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...

devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.



Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.



E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.



Ah! Então, é assim o amor, a amizade.



Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.

Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,

deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.



E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.

E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.

Então o amor e a amizade são isso...



Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.



Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

Três desejos de Alexandre

Por isso ele era chamado de  "O GRANDE"





Os 3 últimos desejos de ALEXANDRE:



1, Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos

da época;



2, Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus

tesouros conquistado como prata , ouro, e pedras preciosas ;



3, Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora

do caixão, à vista de todos.



Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou

a ALEXANDRE quais as razões desses pedidos e ele explicou:



1, Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão

para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;



2, Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para

que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;



3, Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as

pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.



Pense nisso..



PERANTE A VIDA PODEMOS SER DIFERENTES ENTRE NÓS, MAS PERANTE A MORTE



SOMOS TODOS IGUAIS...



ALEXANDRE O GRANDE percebeu no fim de sua vida que o mais importante na vida

é o verdadeiro amor.